A vacina da universidade britânica de Oxford desenvolvida em parceria com a companhia farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca contra o novo coronavírus teve de ser pausada na semana passada após um efeito adverso ser apresentado em um dos voluntários na última fase de testes, mas retornou logo, no último fim de semana. Tida como uma das mais avançadas, a vacina já foi testada em 5.000 pessoas no Brasil e, segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que realiza os testes por aqui, não apresentou nenhum efeito colateral. Em breve, os testes serão ampliados para 10.000 pessoas.
Segundo a diretora médica da AstraZeneca, dra. Maria Bernardini, os resultados de eficácia dos estudos de fase 3 devem ser publicados “em breve”, mas ainda sem data confirmada. A diretora também afirma ter feito acordos para dar acesso de forma igualitária da vacina para todos os países do mundo, sendo que, em paralelo “está em uma frente para distribuir a vacina sem lucro na pandemia”. Apesar disso, Bernadini afirma que “apenas uma vacina não vai conseguir parar a pandemia dentro da velocidade que esperamos”. “Globalmente estamos construindo diversas cadeias de distribuição para garantir pelo menos 2 bilhões de doses para ser entregues entre este ano e o ano que vem”, contou.
Bernardini afirma também que a intenção é “trazer a proteção o mais rápido possível para o Brasil para frear a pandemia” uma vez que ela for aprovada. “Estamos trabalhando com todos os órgãos regulatórios para que todas as vacinas tenham uma segurança viável para que elas cheguem à população em um tempo rápido, mas que sejam eficazes”, afirmou ela.
Chamada de ChAdOx1 (AZD1222), a proteção de Oxford e da AstraZeneca é baseada no adenovírus (grupo de vírus que causam problemas respiratórios, como resfriados) enfraquecido de um chimpanzé. A vacina do Instituto de Biotecnologia de Pequim em parceria com a empresa chinesa CanSino também é feita com base no adenovírus, que não é um processo totalmente desconhecido pelos cientistas.
(Dado Ruvic/Reuters